domingo, 13 de julho de 2014

O Pequeno Crimonoso

Imaginou-se na frente de um espelho e entrou em pânico ao ver o sumo sanguinolento na boca, manchando os brancos dentes. Dedos sujos denunciavam a cor do crime.
Ouviu o tiro e saiu correndo, coração disparado. O medo de ser pego o atordoava. Seria seu fim? Não conseguia pensar e nem ver nada direito, vista embaçada, pernas bambas; era o surreal efeito da adrenalina.
Avistou uma moita há uns dois metros, onde prontamente se jogou. Com ouvidos atentos, respirava devagar, tentando acalmar-se e não fazer barulho algum. Ouviu galopes de cavalo se aproximando. Sentiu quando eles desceram e caminharam. Fechou os olhos, certo que não teria mais jeito...
Depois de uns minutos, ouviu os cavalos partindo. Olhou de lado e eles tinham ido embora.Saiu feliz no meio do bosque, mais um dia perfeito.
Amanhã voltaria para continuar roubando as amoras frescas do pé.


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