Imaginou-se na frente de um espelho e
entrou em pânico ao ver o sumo sanguinolento na boca, manchando os brancos
dentes. Dedos sujos denunciavam a cor do crime.
Ouviu o tiro e saiu correndo, coração
disparado. O medo de ser pego o atordoava. Seria seu fim? Não conseguia pensar
e nem ver nada direito, vista embaçada, pernas bambas; era o surreal efeito da
adrenalina.
Avistou uma moita há uns dois metros,
onde prontamente se jogou. Com ouvidos atentos, respirava
devagar, tentando acalmar-se e não fazer barulho algum. Ouviu galopes de cavalo se
aproximando. Sentiu quando eles desceram e caminharam. Fechou os olhos, certo
que não teria mais jeito...
Depois de uns minutos, ouviu os
cavalos partindo. Olhou de lado e eles tinham ido embora.Saiu feliz no meio do bosque, mais um
dia perfeito.
Amanhã voltaria para continuar
roubando as amoras frescas do pé.
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