Eu acho MUITA graça dessa zoeira de ser de "humanas" e "fazer miçanga". Inclusive eu mesma faço piada disso ao menos uma vez por dia. Mas já que eu sou de humanas (e cansativa), cabe problematizar, não?
Algumas possíveis interpretações:
- "vender minha arte na praia" (sim, eu sei que era de um vídeo e virou meme e mimimi) - Arte (adoram dizer que história é arte tentando desqualificá-la, como se arte tivesse valor menor que a ciência). Praia, teoricamente, é pra relaxar, ficar tranquilo, onde não se precisa levar nada a sério.
- "fazer vários nadas" - Insinua que cientistas humanos não fazem nada e se fazem é irrelevante, logo é como se não fosse nada (-- Ai Paula, que nada a ver --Péra,mig, péra que tem algo mais concreto que minha leitura).
É nítido que isso é reflexo de como cientistas humanos são vistos pela comunidade científica de exatas e biológicas, pela sociedade e pelo Estado.
Eu cursei Geografia e os professores chamavam atenção para o objeto dela e a necessidade de delimitar o que era geografia e o que não era, talvez não só por um arcaísmo positivista, mas para conferir legitimidade à ciência. Agora, cursando História, vejo como a todo momento temos que ficar provando que o quê fazemos é ciência, mesmo que haja algo de artístico nela. É cansativo ter de convencer todas as pessoas e sempre que estudamos muito, que temos métodos e ficar citando exemplos da nossa relevância social, política, econômica e cultural e pior que isso, é injusto sermos inferiorizados e desvalorizados pelo(s) Estado(s) e Instituições Privadas de Pesquisa. Vide os exemplos:
-"Ciências sem Fronteiras" não contempla C.H. ;
- No prêmio "Mulheres na Ciência" de L'Oréal/UNESCO/ABC não tem categoria para Cientistas Humanas;
- A inconstância da Sociologia e Filosofia no Currículo do Ensino Básico;
- Pesquisadores de Engenharia têm em média um salário de R$ 12.000,00, pesquisadores e profissionais da Saúde de R$ 8.000,00, já os da C.H menos de R$ 3.000,00 (Dados do IPEA, 2012);
- Desvalorização e precarização do profissional da Educação.A piada é válida e engraçada, mas revela bem mais que uma rixa entre os estudantes.
Enquanto a modernidade não cai de vez nem há projeto educacional sério no país nem há implosão total do capitalismo... a gente continua rindo, mas sem deixar de correr atrás da mudança.
Rindo e fazendo origami de dinossauro! *-*
Algumas possíveis interpretações:
- "vender minha arte na praia" (sim, eu sei que era de um vídeo e virou meme e mimimi) - Arte (adoram dizer que história é arte tentando desqualificá-la, como se arte tivesse valor menor que a ciência). Praia, teoricamente, é pra relaxar, ficar tranquilo, onde não se precisa levar nada a sério.
- "fazer vários nadas" - Insinua que cientistas humanos não fazem nada e se fazem é irrelevante, logo é como se não fosse nada (-- Ai Paula, que nada a ver --Péra,mig, péra que tem algo mais concreto que minha leitura).
É nítido que isso é reflexo de como cientistas humanos são vistos pela comunidade científica de exatas e biológicas, pela sociedade e pelo Estado.
Eu cursei Geografia e os professores chamavam atenção para o objeto dela e a necessidade de delimitar o que era geografia e o que não era, talvez não só por um arcaísmo positivista, mas para conferir legitimidade à ciência. Agora, cursando História, vejo como a todo momento temos que ficar provando que o quê fazemos é ciência, mesmo que haja algo de artístico nela. É cansativo ter de convencer todas as pessoas e sempre que estudamos muito, que temos métodos e ficar citando exemplos da nossa relevância social, política, econômica e cultural e pior que isso, é injusto sermos inferiorizados e desvalorizados pelo(s) Estado(s) e Instituições Privadas de Pesquisa. Vide os exemplos:
-"Ciências sem Fronteiras" não contempla C.H. ;
- No prêmio "Mulheres na Ciência" de L'Oréal/UNESCO/ABC não tem categoria para Cientistas Humanas;
- A inconstância da Sociologia e Filosofia no Currículo do Ensino Básico;
- Pesquisadores de Engenharia têm em média um salário de R$ 12.000,00, pesquisadores e profissionais da Saúde de R$ 8.000,00, já os da C.H menos de R$ 3.000,00 (Dados do IPEA, 2012);
- Desvalorização e precarização do profissional da Educação.A piada é válida e engraçada, mas revela bem mais que uma rixa entre os estudantes.
Enquanto a modernidade não cai de vez nem há projeto educacional sério no país nem há implosão total do capitalismo... a gente continua rindo, mas sem deixar de correr atrás da mudança.
Rindo e fazendo origami de dinossauro! *-*
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