Você me ajuda pelo amor ao mar?
quando você se joga sem dúvida na água e deixa
a onda de sal e vida te levar?
Ou então pelo amor ao céu?
o qual você suspira admirando as luminosas
ou se acarinha no peito da lua fria que nos ignora como deus?
Eu fui desescalar o interior das tuas pernas e
começou a desmoronar. Minhas cordas vocais não aguentaram a pressão
Cairam como Alice num buraco sem gato. Fiquei sem grito, no sufoco engasgada
Alguém me ajuda porque eu já não sei como controlar
tem muito amor eclodindo e ainda tem outros ninhos por lá
Todo mundo sabe que veias entupidas de afeto podem romper a qualquer momento.
As palavras dançaram arrancando meus olhos e os dispondo noutro salão
Encontrei aliviada um coelho branco, mas esse era comum,
só roía meus pés e olhava pro mundo com olhos de sabão
Com a visão perdida dentro dos teus poros, fui proutros sentidos
Os teóricos correram gargalhando da minha incapacidade de ação
Virei cabra-cega, um bobo da corte da monarca Vida
Na festa havia violinos desafinados arranhando pra todo lado
Van Gogh ofereceu girassois ao meu nariz e aproveitou para
minhas orelhas cortar. Como posso culpá-las de pedir ajuda a um amigo?
Ajuda porque meus dedos já estão se retraindo
E só as mãos podem ainda me salvar
Pensei que seria onça pela unha afiada que se tornou o menorzinho
Mas logo veio a garra de coruja no anelar
Ajuda porque daqui a pouco não consigo nem escr